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Nesta seleção de textos do clássico "Cultura e Opulência no Brasil", são evidenciadas as características deste ícone do Ciclo do Açúcar brasileiro – o senhor do engenho. Antonil discorre aqui, entre outros aspectos, sobre suas posses, seus vínculos com os vizinhos, seu capelão, seus hóspedes e mercadores de açúcar.

No conto "O Resto de Onça", brilha a figura do contador de "causos" populares, tão ao gosto de Monteiro Lobato. Em "O fígado indiscreto", por sua vez, o conflito de classes sociais é que serve de base à trama, que tem por enredo a ida do personagem Inácio a um jantar na casa da namorada, com muitos incidentes por conta de ele não gostar de fígado.

"Morro odiando a humanidade" – as últimas palavras de Frei Simão de Santa Águeda, em seu leito de morte, explicam-se ao longo da narrativa: a triste história de como o religioso, antes de o ser, fora apaixonado pela pobre órfã Helena, e de como seus pais impediram a consagração de seu amor.

Joaninha, protagonista deste conto de Raul Pompeia, é uma jovem órfã que vive com o pai, quase sempre bêbado e agressivo. Dois estudantes com muto más intenções observam aquela condição e, na primeira oportunidade, selam o destino da moça. "A mona do sapateiro" é exemplo da mestria do autor, apresentando toda a força do Movimento Realista.

Como o título bem indica, o enredo desse conto do português Alberto Braga gira em torno do retrato que um casal deve fazer a pedido do filho que imigrou para o Brasil. Motivo de alegria? O leitor descobrirá que não: preconceito e ingratidão tecem a trama, desde a chegada da carta com o pedido do retrato, que atravessou o Atlântico e chegou à aldeia do Minho.

A tragédia e as torres das igrejas são os traços a unir esses dois contos de Raul Pompeia. Em "A cruz da matriz", o personagem Brício vive o conflito entre as condições de sacristão e amante da natureza. Já em "A andorinha da torre", a menina Rita adorava ouvir os sinos bem cuidados pelo avô, mas o Dia de Aleluia chega com más notícias.

Dois contos icônicos de Monteiro Lobato. No primeiro, "Cabelos compridos", a exploração psicológica da personagem Das Dores domina o enredo, tendo por mote seus cabelos. Em "O pito do reverendo", o recorrente tópico da vida interiorana e da cultura caipira se materializa na expectativa da visita de um diplomata austríaco ao reverendo da pequena Itaoca.

Romântico com traços naturalistas, o português Alberto Braga traz nestes dois contos todo sentimentalismo que o caracteriza. Em "As cerejas", o leitor acompanha o narrador na história da espanhola Consuelo, que se arrepende do rumo que deu à vida. Já em "Vinhos e aguardentes", o leitor encontra a trágica história de Rosa e sua filha Isabel, vítimas do cruel Benjamim.

No conto "O casal", Júlio César Machado apresenta ao leitor a história da paixão do narrador pela cantora lírica italiana Angiolina, contada por ele a uma amigo "entre duas doses de conhaque". No relacionamento, aos poucos o ciúme cresceu e o levou a uma neurose, que o obrigou a afastar-se dela e da sociedade. Um dia, no entanto, o destino interviu.

O conto "Galeria póstuma" tem por enredo a história do jovem Benjamim, personagem que encontra o diário de seu recém-falecido tio Joaquim Fidélis. Ao lê-lo, ele descobre a singular opinião do parente sobre todas as pessoas próximas - incluindo ele mesmo! Uma crítica mordaz à hipocrisia.

Em "A consoada", Abel Botelho traça o retrato de uma noite de Natal na montanhosa região de Viseu, e nela insere a história de Eugênia e José Ventura: tendo quase falido com sucessivos revezes em seus negócios, José partiu para Moçambique, em busca de fortuna, deixando a mulher e os três filhos aos cuidados do sogro Simeão.

Um convite à reflexão do leitor: eis o elo comum entre esses dois contos do genial Machado de Assis. Em "Ideias do canário", o narrador e a ave criada em cativeiro discutem possíveis e distintas visões de mundo. Em "O dicionário", o texto apresenta uma crítica mordaz (e atual) do autor à sociedade em todos os aspectos, da política aos relacionamentos amorosos.FEAT DESC

Usando por mote o "manuscrito encontrado", Machado de Assis traz no conto "Identidade" a história do faraó Pha-Nohr e do súdito Bachtan, que trocam de identidade e vivem realidades distintas a ponto de tornar-se difícil saber a identidade de um e de outro.

O conto "Letra Vencida" tem por enredo a história dos jovens Beatriz e Eduardo. Apesar da oposição dos pais, eles se amam – a inspiração shakespeariana é evidente. Eles se separam, mas passadas quase duas décadas, voltam a se encontrar e se unem. No entanto, a vida não segue como o esperado...

No conto "Jogo do Bicho", o leitor encontra a história de Camilo. Em um Natal passado no subúrbio do Rio de Janeiro, ele conhece sua futura esposa, com que se casa meses depois. Pobre ele, pobre ela, poucas diversões tinham, como passear na Tijuca. Camilo, no entanto, tinha um vício: o jogo do bicho...

A ilha está chamando por você! Mergulhe num mundo de heróis, unicórnios, magia e batalhas celestes, perfeito para fãs de Harry Potter, Eragon e Percy Jackson. Skandar Smith sempre quis ser um cavaleiro de unicórnios – criar vínculo com um desses animais é uma das coisas mais fantásticas que alguém pode fazer. Que dirá participar das batalhas celestes, ser campeão, alcançar a glória eterna. Uma única vez por ano, os jovens do Continente são selecionados para participar do treinamento.

Em "Mortalha heroica", conta-se a triste história de Isaltino, filho da pobre viúva Abrantes, que é convocado para a guerra. Partindo da metáfora do rio vermelho – do sangue dos soldados – e do rio branco – das lágrimas dos seus parentes, o narrador desenha um quadro dolorido do sofrimento das famílias.

O conto "O velho Lima" é marcado pelo humor: o protagonista adoece às vésperas da Proclamação da República e, passados oito dias, volta às atividades sem ter lido um jornal sequer! Em "A réclame", o comendador Viana, sem querer, empurra a esposa Laura para os braços do poeta Passos Nogueira, porque fala dele o tempo todo. Por fim, em "A Dona Branca", o leitor encontra uma história de adultério contada com o humor característico de Artur Azevedo

Neste conto, Valentim Magalhães faz uso do manuscrito que chega às mãos do narrador, corrente no século XIX, para contar a história do honrado Dr. Bráulio, de sua infância difícil a sucesso na política, como defensor da República em detrimento do Império. Relações de poder, posicionamento político, adultério – o recorte biográfico do protagonista é pano de fundo para a reflexão do autor sobre temas relevantes.

Dividido em seis partes, "Contos nossos" apresenta seis perfis psicológicos distintos, que o leitor muito possivelmente identificará na sociedade. Com toques bem humorados de metalinguagem, o narrador apresenta, nesta ordem: o Esquisito, passível de subcategorização, o Escova – puxa-saco típico –, o Pau pra Toda Obra, com destaque para políticos e jornalistas, o Jeitoso (tema particularmente caro ao Brasil), o Patriota, descrito com enorme ironia, e, por fim, o Boateiro – pensou em "fake news"? É seu criador!